Caso Gorman Dogfight: O Piloto de Caça dos EUA que Perseguiu um OVNI

O governo americano tentou explicar que o objeto brilhante que manobrava rapidamente era um balão meteorológico, mas os ufólogos nunca acreditaram nessa teoria.

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O incidente, que até hoje não teve uma explicação plausível, envolveu um encontro aéreo de 27 minutos entre o piloto de caça veterano da Segunda Guerra Mundial George F. Gorman e um misterioso objeto branco em alta altitude nos céus de Fargo, em Dakota do Norte, nos EUA.

O evento ocorreu em 1º de outubro de 1948 e segundo as palavras do próprio piloto Gorman durante uma entrevista ao jornal local: “Nunca vi nada parecido. Se alguém tivesse me relatado uma coisa dessas, eu pensaria que estava louco”.

O caso que ficou conhecido como “Gorman Dogfight” foi investigado pelo Projeto Blue Book (Projeto Livro Azul), uma operação secreta do governo que conduziu uma série de estudos para a Força Aérea dos EUA entre 1947 e 1969, com a missão de analisar cientificamente os dados relacionados a OVNIs e determinar se esses objetos eram uma ameaça à segurança nacional.

 

O Caso Gorman Dogfight

Embora tivesse apenas 25 anos quando o incidente ocorreu, George Gorman era um piloto de caça veterano da Segunda Guerra Mundial, e servia como Segundo Tenente da Guarda Aérea Nacional de Dakota do Norte.

Em 1º de outubro de 1948, ele estava participando de um voo junto com outros pilotos da Guarda Nacional em seu avião Mustang P-51 e, enquanto os outros pilotos pousavam no Aeroporto Hector de Fargo, por volta das 20:30h, Gorman permaneceu voando para conseguir algumas horas de voo noturno nas condições sem nuvens.

Por volta das 21h, ele sobrevoou um estádio iluminado onde estava sendo realizado um jogo de futebol e notou um pequeno avião Piper Cub voando cerca de 150 metros abaixo dele.

Pouco depois Gorman viu outro objeto que acreditou ser a luz traseira de outra nave passando à sua direita, embora a Torre de Controle não tivesse outro objeto no radar.

O objeto parecia ser uma luz piscando e quando Gorman procurou o contorno de uma asa ou fuselagem, não conseguiu ver nada e isso contrastava com o Piper Cub, cujo contorno era claramente visível.

Gorman informou à Torre de Controle do Aeroporto que iria perseguir o objeto para determinar sua identidade. Ele moveu seu Mustang P-51 para a potência máxim, cerca de 650 km/h, mas logo percebeu que o objeto estava indo rápido demais para ele alcançá-lo em uma corrida direta. Gorman fez uma curva à direita e se aproximou do objeto de frente.

Quase no ponto de colisão, Gorman desviou e mergulhou seu avião, dizendo que a luz passou por cima dele avião a uma distância de 150 metros antes de fazer um giro de 180 graus e voltar novamente em sua direção.

A colisão parecia iminente mais uma vez, mas o objeto então fez uma subida íngreme vertical repentina. Gorman perseguiu o objeto e a 14.000 pés (4.250 metros) de altitude, seu P-51 parou. O objeto ainda estava 2.000 pés (600 metros) acima dele.

O piloto ainda fez mais duas tentativas de se aproximar do objeto, sem sucesso. Neste ponto Gorman interrompeu a perseguição. Eram 21h27 e ele voou de volta para o Aeroporto Hector de Fargo.

A Investigação

Em poucas horas, oficiais militares do Projeto Blue Book chegaram para interrogar Gorman, Dr. Cannon e seu passageiro, e o pessoal da torre de controle no aeroporto de Fargo. Os oficiais também verificaram o P-51 Mustang de Gorman com um contador Geiger para radiação.

Eles descobriram que seu Mustang era mensuravelmente mais radioativo do que outros caças que não voavam há vários dias. Isso foi tomado como evidência de que Gorman havia voado perto de um objeto “com energia atômica”.

Em seu relatório Gorman descreveu o objeto como uma simples “bola de luz” com cerca de 15 a 20 centímetros de diâmetro que quando aumentava sua velocidade, parava de piscar e ficava mais brilhante. Ele afirmou que não notou nenhum som, trilha de escape ou odor do objeto e, embora ele tenha alcançado velocidades de até 650 km/h, ele não conseguiu acompanhar o que quer que fosse.

Gorman relatou ter desmaiado temporariamente devido à velocidade excessiva que alcançou ao tentar virar com o objeto.

“Estou em boas condições físicas e não acredito que existam muitos pilotos que poderiam suportar a curva e a velocidade efetuadas pelo objeto e permanecer conscientes. Estou convencido de que havia um pensamento definido por trás de suas manobras. Estou ainda convencido de que o objeto era governado pelas leis da inércia porque sua aceleração era rápida, mas não imediata e, embora fosse capaz de fazer curvas bastante fechadas a uma velocidade considerável, ainda seguia uma curva natural”, afirmou Gorman em sua declaração juramentada aos investigadores em 23 de outubro de 1948.

Na Torre de Controle, os controladores de tráfego aéreo, L. D. Jensen e H. E. Johnson, viram o objeto através de binóculos, mas não conseguiram ver nenhuma forma ao redor da luz.

De acordo com Johnson, que relatou ter visto o Piper Cub e o OVNI ao mesmo tempo, o objeto estava viajando em alta velocidade e era rápido o suficiente para aumentar a distancia entre ele e o caça de Gorman. Johnson descreveu em seu relatório que o objeto era “apenas uma luz redonda, perfeitamente formada, sem bordas difusas ou raios saindo de seu corpo”.

O Dr. A. E. Cannon, o piloto do Piper Cub, e seu passageiro também viram o objeto tanto no céu quanto no retorno ao aeroporto, onde imediatamente se juntaram aos controladores de tráfego na torre. Cannon descreveu a luz como se movendo “muito rapidamente, muito mais rápido que o P-51”.

Dois funcionários da Autoridade Aeronáutica Civil em terra também relataram ter visto o objeto.

Os investigadores da Força Aérea também descartaram a possibilidade de o objeto iluminado ser outra aeronave, caças canadenses Vampire ou um balão meteorológico.

A Explicação Oficial

A investigação do Projeto Blue Book alegou oficialmente que houve falhas nas evidências registradas.

Um avião voando alto na atmosfera da Terra é menos protegido da radiação do que um ao nível do solo, portanto, as leituras do contador Geiger foram consideradas evidências inválidas para afirmar que o objeto luminoso era movido a energia atômica.

Além disso, o Air Weather Service revelou que em 1º de outubro havia lançado um balão meteorológico iluminado de Fargo às 20h50 e às 21h, o balão estaria na área onde Gorman e os passageiros da Piper Cub teriam avistado o OVNI.

Os investigadores alegaram que os incríveis movimentos do objeto eram devidos às próprias manobras de Gorman enquanto ele perseguia a luz e as manobras do objeto eram uma ilusão provocada pelos movimentos do caça de Gorman.

No início de 1949, o balão meteorológico iluminado se tornaria a causa oficial do “Caso Gorman Dogfight” nos arquivos do Projeto Blue Book.

O incidente recebeu ampla publicidade nacional e ajudou a alimentar a onda de relatos de OVNIs no final dos anos quarenta.

Alguns pesquisadores de OVNIs, como o Dr. James E. McDonald, físico da Universidade do Arizona, e o Major Donald Keyhoe, do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, nunca concordaram com as conclusões da investigação da Força Aérea e continuaram a considerar o caso como não resolvido.

Apesar da explicação oficial, em 1956, o Capitão Edward J. Ruppelt, que liderou a investigação do Projeto Blue Book, publicou o livro “The Report on Unidentified Flying Objects” (Relatório Sobre Objetos Voadores Não Identificados) onde afirmou que o caso Gorman foi um dos três incidentes clássicos envolvendo OVNIs em 1948 que provou aos especialistas da inteligência da Força Aérea que os OVNIs eram reais.