Quixadá abrigou membros de estranha civilização indígena

O município de Quixadá, localizado no Sertão Central do Ceará, conta com riquíssimo material para exploração histórica e arqueológica.

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Numa das muitas elevações rochosas da chamada Terra dos Monólitos há um sítio arqueológico com sutis semelhanças com a cidade peruana de Machu Picchu. Dezenas de pequenas cavernas dominam o cenário. Há mais de cem anos o local é conhecido por populares que moram nas proximidades, mas eles mantêm sua localização com muita discrição.

Na década de 1970, arqueólogos vieram dos Estados Unidos para estudar o lugar. Eles já chegaram com mapas e fotografias feitas por satélite e conheciam detalhes do território quixadaense, deixando alguns sertanejos impressionados.

De acordo com os moradores mais idosos da região, os pesquisadores encontraram no local estranhos artefatos, bem como uma imensa quantidade de cerâmica trabalhada, obviamente, por povos antigos. Havia também recipientes para alimentação, martelos de pedra, cachimbos, e outros objetos que, apesar da evidente antiguidade, apontavam para uma sociedade bastante organizada e tecnologicamente desenvolvida, como era o caso dos “filhos do sol” do Império Inca, no Peru.

 

Objetos estranhos, semelhantes a capacetes petrificados e outras pedras parecidas com peças de encaixe rotatório foram catalogados e levados para os Estados Unidos. Curiosamente, os locais previamente apontados pelos equipamentos trazidos pelos americanos estavam marcados com pedras trabalhadas no formato de rústicas rosas-do-vento. Escavados, revelaram a existência dos estranhos objetos petrificados.

Como o local em que o sítio se encontra é de difícil acesso, sendo inviável a utilização de veículos motorizados para alcançá-lo, animais de carga foram usados pelos americanos para transportar algumas das peças mais importantes.

Apesar da extração, que não se sabe se foi autorizada pelas autoridades brasileiras da época, o material, que ainda pode ser encontrado no local e, embora relativamente escasso em comparação com o que havia nas décadas da primeira metade do século vinte, é conclusivo: membros de uma antiga civilização indígena habitaram o lugar.

Como era de se esperar, relatos misteriosos, relacionados com as coisas deixadas pelos antigos moradores indígenas, tem sido passados de geração em geração. Alguns são de ‘arrepiar a espinha’.

Entre aqueles que conhecem o lugar, há quem diga que os antigos habitantes foram índios que tiveram contato com civilizações extraterrestres e que, por isso, teriam aprendido um modo de vida diferente dos demais habitantes da região, e Quixadá tem recebido inúmeras visitas de ufólogos que estudam exaustivamente o fascinante e misterioso território do município.

A própria localização do sítio arqueológico, no ponto mais alto da serra que os antigos habitantes escolheram para morar, causa certa estranheza. Não havia, por exemplo, como realizar o transporte fácil da água necessária à sobrevivência da quantidade evidentemente grande de pessoas que ali viveram. Também não há evidências da existência de projetos antigos de retenção das águas da chuva, apesar de esta ser a opção mais lógica quando se considera a questão.

Em contrapartida, do local é fácil visualizar a amplidão do horizonte nos quatro pontos cardeais, apontando para um provável favorecimento da vista para o céu, para as estrelas. Histórias assim foram sendo passadas dos pais para os filhos ao longo do tempo. Até que estudiosos deem uma explicação final, porém, permanece apenas o mistério.

José Augusto Pinheiro de Holanda

Outro exemplo de tais relatos misteriosos tem a ver com a morte de um homem que teve contato com uma espécie de “urna” deixada ali. O senhor José Augusto Pinheiro de Holanda, atual proprietário do local, é quem descreve o que aconteceu.

Segundo ele, na década de 1960 um grupo de trabalhadores extraía madeira, principalmente o cedro, que já foi abundante na região. Um dos membros do grupo resolveu se afastar para caçar. Ele levava consigo apenas uma espingarda. Durante a caça acabou encontrando um misterioso artefato que até hoje é descrito como uma espécie de “urna”. O objeto era um pouco mais alto que o caçador e suficientemente largo para impedir que ele o envolvesse com os dois braços, o que foi tentado. O agricultor relata que o homem sentiu vontade de atirar uma pedra no objeto, mas foi tomado por enorme sensação de medo e acabou fugindo do local.

Mais tarde ele contou o que tinha encontrado e os amigos combinaram de ir ao local na manhã do dia seguinte, já que estava anoitecendo. Mas, para a tristeza de todos eles, o trabalhador que teve contato com a “urna misteriosa” acabou morrendo em um ataque epilético naquela mesma noite.

Dias depois da estranha morte, o dono da fazenda, Sr. José Augusto Holanda, pai do atual proprietário, convocou um grupo de homens para encontrar a urna, mas nunca obteve êxito. Até hoje,quase meio século depois do episódio, o objeto permanece perdido, alimentando o imaginário de quem conhece a história.

Uma equipe francesa também esteve visitando o lugar. Levados ao local pelo empresário Almeida, do ramo de hotelaria, eles fizeram registros fotográficos e gravaram vídeos que serão exibidos em canais de TV do país europeu. As histórias contadas pelos moradores da área, de fato, tem o efeito de impressionar os ouvintes.

O sítio arqueológico está situado na chamada Serra dos Macacos, na localidade de Ouro Preto, no município de Quixadá. A maior quantidade de artefatos históricos pode ser encontrada no ponto mais alto da serra, de propriedade da mesma família desde o ano de 1895, como relata o atual dono do lugar, o senhor José Holanda.

Conforme o presidente da Academia Quixadaense de Letras, João Eudes Costa, que documentou exaustivamente a história do município, o território de Quixadá foi habitado por índios Canindés e Jenipapos. Obviamente, porém, não há como afirmar que os habitantes da Serra dos Macacos pertenciam a estes povos, especialmente em vista do conhecido costume destes grupos de migrar pelos leitos dos rios, e não de estabelecer morada nos isolados cumes das serras.

Os relatos misteriosos contados pelos moradores da região, a significativa quantidade de artefatos históricos e a fauna e a flora do território são ingredientes que ensejam a possibilidade de que o espaço seja transformado, em breve, em Parque Arqueológico, com a finalidade de ser explorado na área do turismo. O sítio arqueológico da Serra dos Macacos é, indubitavelmente, mais uma das grandes riquezas do povo quixadaense.