
O Jardim do Éden é um tema central no Antigo Testamento: um paraíso utópico onde tudo é belo, perfeito e intocado pelos pecados do homem.
Além da Bíblia, locais ou descrições similares também são mencionados em inúmeras outras civilizações antigas e existem mais do que apenas alguns poucos detalhes que se sobrepõem entre essas culturas, o que deixa espaço para especulação e exploração.
Cientistas, filósofos e leigos passaram séculos procurando pela localização do Jardim do Éden, e embora ainda não saibamos exatamente onde estava, ou se realmente existiu, algumas teorias interessantes merecem ser exploradas.
Em Gênesis 2:8-14, o Jardim do Éden é descrito como sendo perto dos rios Tigre e Eufrates, e com base nessas informações, podemos assumir que ele estaria localizado em algum lugar do Oriente Médio, mais especificamente em uma área conhecida como “Crescente Fértil”, o berço da civilização, que incluía a Mesopotâmia, onde atualmente estão localizados a Palestina, Jordânia, Israel, Líbano, Kuwait, Chipre, Egito, Síria, Irã, Iraque e Turquia.

Como a Bíblia descreve o jardim como abundante, sua correlação com o Crescente Fértil faz sentido. Esta região era muito atípica do deserto circundante, com solo úmido e água em abundância e, eventualmente, tornou-se um epicentro para a agricultura.
No entanto, este mesmo versículo bíblico menciona dois outros rios misteriosos: o Pison e o Giom. Esses rios ainda podem ou não existir nos dias de hoje, e os estudiosos têm investigado e pesquisado ao longo dos tempos para determinar sua localização.
Muitos etíopes acreditam que o Giom é o rio Nilo Azul dos dias modernos, um dos principais afluentes do rio Nilo, embora isso nunca tenha sido comprovado. Da mesma forma, a localização do Pison permanece desconhecida, embora alguns acreditem que seja o rio Ganges, na Índia, outros acreditam que seja o próprio rio Nilo.
Além dos cristãos, existem outros grupos de pessoas que têm suas próprias histórias de um paraíso idílico semelhante.
Mitologia Suméria

Entre os mitos da criação dos sumérios, encontramos referências a um local chamado “Dilmun”, o lugar onde Utnapishtim, o herói sumério do dilúvio, foi acolhido pelos deuses para viver eternamente.
No texto “A Epopéia de Gilgamesh”, Dilmun é também chamado de “Jardim dos Deuses” e está localizado perto dos rios Tigre e Eufrates. O épico descreve a “Planta da Vida”, que se assemelha à “Árvore da Vida” do livro de Gênesis e supostamente fornece vida eterna a quem comer dela.
Depois de uma longa jornada, cheia de perigos e provações, o herói Gilgamesh, Rei de Uruk, chega até o ancião Utnapishtim e este lhe conta sobre o dilúvio e tenta convencer o rei que sua busca pela imortalidade é em vão. Contudo, a esposa de Utnapishtim, compadecida com a decepção do herói, revela-lhe o segredo da imortalidade: no fundo do mar, havia uma planta maravilhosa e quem a comesse seria eternamente jovem.
O herói amarra pedras nos pés, mergulha no mar profundo, encontra a planta mágica e consegue traze-la à superfície, mas não a come, decidindo dividi-la com os anciãos de Uruk.
No caminho de volta, cansado, adormece e uma serpente frustra seus esforços roubando a planta de Gilgamesh enquanto ele está dormindo. É então que Gilgamesh entende sua mortalidade e aceita que não pode viver para sempre.
Mitologia Grega

Os antigos gregos referem-se ao “Jardim das Hespérides” e, semelhante ao conto bíblico, este jardim está associado a uma árvore frutífera, o “Pomo de Ouro”, e a uma serpente.
De acordo com a mitologia grega, a deusa Hera recebeu de Gaia, a Mãe-Terra, lindas maçãs (pomos) de ouro como presente de seu casamento com Zeus e mandou plantá-las em seu longínquo jardim, no extremo Ocidente.
Hera incumbiu as Hespérides, as ninfas do entardecer e filhas do deus titã Atlas, a função de proteger o jardim e seus frutos junto com Ladon, um dragão com corpo de serpente e cem cabeças que se enrolava em torno da árvore no jardim.
Um dos Doze Trabalhos de Hércules foi trazer algumas dessas frutas para Euristeu, o Rei de Micenas. A história conta que Hércules encontrou o jardim no extremo Ocidente e matou o dragão-serpente com uma flecha envenenada, e as Hespérides então deram-lhe as maçãs de ouro.
Hércules finalmente regressou a Micenas, mostrou as maçãs de ouro a Euristeu e depois entregou-as a Atena, pois elas eram propriedade de Hera, e Atena então, encarregou-se de recolocá-las no Jardim das Hespérides.
Mitologia Nórdica
Na mitologia nórdica, Iduna era a deusa da juventude, bela e com longos cabelos dourados, era a guardiã do pomar sagrado, e protegia as maçãs que permitiam aos Aesir, os deuses de Asgard, restaurarem a sua beleza e juventude pela eternidade. Ela era a responsável pela imortalidade dos deuses, fornecendo a eles uma maçã por dia, que mantinha guardadas em seu cofre de madeira de freixo.
Mitologia Oriental
Shambhala é um reino utópico que é um dos pontos centrais dos movimentos tibetano, hindu e budista. É um lugar onde as pessoas coexistem em harmonia e iluminação.
Ao contrário do Jardim do Éden, Shambhala parece centrar-se mais em torno de uma ideia do que de um lugar físico. Nas religiões orientais, os conceitos básicos de Shambhala são a harmonia, a iluminação e a sabedoria, e podem ser alcançados virtualmente em qualquer lugar, a qualquer momento, por meio da atenção plena e da meditação.
