Em 1989, o físico Robert Scott Lazar contatou a estação de televisão KLAS em Las Vegas, nos EUA, pedindo uma oportunidade para divulgar sua história, tornando-se o grande responsável por contar ao mundo sobre a existência da Área 51 e da investigação espaçonaves alienígenas feita pelo governo dos Estados Unidos.
Quando Bob Lazar se apresentou, ele o fez anonimamente, sob o pseudônimo de “Dennis”, e alegou ter trabalhado como físico no Projeto Galileo, o projeto mais secreto do governo na época, que se concentrava na engenharia reversa de tecnologia alienígena para o governo americano e os estudos eram realizados em uma base ultrassecreta chamada S-4, localizada a 16 quilômetros de distância ao sul da Área 51.
De acordo com a descrição de Lazar, a Base S-4 tinha nove hangares construidos no interior de uma montanha e as portas de cada hangar foram projetadas em um ângulo para coincidir com a inclinação da montanha, sendo cobertas com material natural para impedir sua descoberta por meio de satélites ou aviões espiões.
Lazar afirmou ter visto nove espaçonaves alienígenas diferentes na base durante o período entre dezembro de 1988 e abril de 1989, quando estava trabalhando lá, e apresentou seguintes detalhes técnicos: “O mecanismo de propulsão é um sistema de propulsão por gravidade. A fonte de energia é um reator de antimatéria. Esta tecnologia não existe”.
Seu trabalho incluiu a pesquisa do combustível utilizado pela a espaçonave, um composto com número atômico até então desconhecido, chamado Elemento 115.
Este elemento químico tem propriedades incomuns que permitiriam aos discos voadores dobrarem o espaço ao seu redor, ele também esclareceu que este elemento ainda não poderia ser sintetizado na Terra naquela época.
Essa tecnologia extraterrestre permitia a passagem de um ponto A a um ponto B, reduzindo as distâncias de viagem em um voo de poucos minutos, independente da distância, similar ao conceito de “buraco de minhoca” proposto por Albert Einstein e Nathan Rose em 1935.
Lazar alegou ter recebido informações sobre a história de atividades extraterrestres na Terra durante os últimos 100.000 anos, realizadas pelos alienígenas que se originaram no quarto planeta do sistema estelar binário chamado Zeta Reticuli 2, conhecidos como ‘grays’ ou ‘cinzas’.
Ele também afirmou ter trabalhado em um disco voador com um diâmetro de 9 a 12 metros. A nave teria um console de comando e os assentos eram pequenos, quase como os usados por crianças.
As revelações que Bob Lazar fez acabaram transformando sua vida radicalmente. Depois de se tornar conhecido, sua vida foi colocada em risco e ele passou a receber inúmeras ameaças de diversos grupos de interesse e agências governamentais.
O jornalista George Knapp ficou intrigado com a história de Bob Lazar e queria mais informações, mas infelizmente, a Base S-4 estava fora de alcance, pois está em um terreno restrito onde ninguém fora do governo poderia intervir.
Depois de se aprofundar nessa história enigmática, Knapp encontrou ainda mais problemas que quase o levaram a um beco sem saída.
As informações de Bob Lazar eram difíceis de verificar, seu registro de nascimento no hospital, documentos universitários, manuscritos e provas de todo o trabalho de Lazar foram apagados e não haviam nem evidências de seu emprego no Laboratório Nacional de Los Alamos, um laboratório federal pertencente ao Departamento de Energia dos Estados Unidos que emprega mais de 10.000 cientistas entre físicos, engenheiros, químicos, matemáticos, biólogos e outras especialidades científicas.
No entanto, seu nome apareceu em uma lista telefônica de cientistas de Los Alamos e uma foto dele apareceu na edição de julho de 1982 do periódico Los Alamos Monitor, mostrando Bob Lazar ao lado de um “carro a jato” que podia alcançar 320 Km/h e mencionando seu emprego como cientista no Laboratório Nacional Los Alamos.
Quaisquer que fossem suas razões, Lazar desempenhou um papel fundamental na exposição da Área 51, uma instalação ultrassecreta que nunca havia sido mencionada anteriormente e, considerando o nível extremo de sigilo que esta instituição governamental envolve, é fácil vincular o desaparecimento de seus registros vitais à manutenção dos interesses da Area 51 como uma instalação, até então, inexistente.
Segundo George Knapp: “Lazar e outros foram grampeados e seguidos, e certamente parecia que alguém queria amedrontá-lo para que permanecesse em silêncio, ou talvez eles quisessem deixá-lo um pouco louco. Estive presente em muitos desses eventos. Eu os vi com meus próprios olhos e também testemunhei o resultado”.
Bob Lazar descreveu o encobrimento como “um crime contra a comunidade científica” e se mostrou uma fonte confiável, com uma sólida formação em física e engenharia, oferecendo uma riqueza de evidências para apoiar suas afirmações e, desde então, ganhou um grande número de seguidores. No entanto, existem muitos céticos que pensam que tudo foi um ato realizado em benefício próprio, apenas visando se autopromover.
Se Lazar estiver correto e dizendo a verdade, seu testemunho poderia ser a explicação mais descritiva e única de algo que está acontecendo diante de nós há muitos anos.
A Area 51
Localizada no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, a Área 51 é uma base militar criada em 1955, no auge na Guerra Fria. Mas, como acontece em diversas instalações da força aérea americana, sua função nunca havia sido divulgada ao público.
Apenas em 2013 o governo dos Estados Unidos confirmou publicamente a sua existência através de documentos da CIA, que foram obtidos pelo Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington, uma organização sem fins lucrativos formada por jornalistas e pesquisadores que haviam requisitado as informações confidenciais com base na Lei de Liberdade de Informação.
O diretor da organização, Jeffrey Richelson, havia recebido documentos sobre o assunto em 2002, mas todas as referências a Área 51 tinham sido removidas. Richelson, então, refez o pedido em 2005, e recebeu os resultados apenas 8 anos depois, em 2013.
Segundo o documento da CIA, porém, o local era apenas uma base de testes de aviões secretos durante a Guerra Fria, especialmente o Lockheed U-2, um avião de reconhecimento em altas altitudes utilizado pela Força Aérea dos Estados Unidos.
Ainda hoje, o espaço aéreo da Area 51 é restrito e a base é fortemente protegida.
Bob Lazar: Area 51 e Discos Voadores
Em 2018, Bob Lazar voltou a aparecer em um documentário produzido por Jeremy Corbell, que não é uma reportagem nos moldes tradicionais, mas um convite ao espectador para abrir sua mente.
“Bob Lazar: Area 51 e Discos Voadores” conta a história do homem que teria trabalhado por um ano na Base S-4, próximo da Área 51, no deserto de Nevada, e participado de uma série de reportagens sobre a existência de naves alienígenas, bem como criaturas extraterrestres usadas como objeto de pesquisa pelo governo americano.
O filme começa com a casa de Bob Lazar sendo invadida e revistada pelo FBI e esta é uma informação bastante convincente, afinal agentes do governo não saem por ai apenas invadindo casas aleatoriamente, a menos que haja uma pista real ou se estão tentando realmente intimidar alguém.
“Quero mostrar o que aconteceu com a minha vida desde 1989 e, quem sabe, ter um pouco de paz”, desabafa Lazar.
O cientista diz que as autoridades tentaram de tudo para impedir que ele fizesse suas chocantes revelações, ele foi alertado que seria acusado de espionagem e ameaçado de diversas formas, assim como membros de sua família.
Além de reafirmar a veracidade de todos os pontos citados em suas entrevistas anteriores, Lazar também relata a vez em que estava caminhando pelo corredor da base quando espiou por uma janela em um dos hangares e viu “algo pequeno com braços longos”.
No documentário, ele afirma: “Eu não sigo histórias ou relatos de OVNIs e não estou interessado em pesquisar a vida fora da Terra. Meu principal interesse era, e ainda é, a tecnologia incrivelmente avançada. Sei que se pudermos controlar e desenvolvê-la, ela poderá mudar o mundo”.
Ele insiste que sua motivação para a denúncia, tanto na época quanto agora, era para se proteger, e confirma seu ponto afirmando que nunca se beneficiou financeiramente em trazer estas revelações à tona. Na verdade, as consequências disso só tornaram sua vida insuportável e se arrepende de ter denunciado a área de testes alienígenas.
“A essa altura da minha vida, provavelmente me inclinaria a não dizer nada. Não gosto de estar aos olhos do público. Não ganho dinheiro para fazer isso. E, francamente, eu poderia inventar uma mentira melhor, mas não tenho motivação para mentir”, afirma Bob Lazar.
Atualmente ele mora em Michigan com a esposa Joy e dirige a United Nuclear, vendendo lasers, produtos químicos e científicos e, mesmo mais de 30 anos depois de expor a existência da Área 51, Bob Lazar ainda sofre com as consequências da bombástica revelação: “Alguém me monitora e, com o risco de parecer paranoico, eu sempre tenho a suspeita de que alguém está me vigiando. É algo difícil de tirar da cabeça”, afirmou o homem que mudou para sempre os rumos da ufologia e hoje teme pela própria vida.