As pirâmides de Caral, no Peru

A civilização de Caral, a mais antiga do continente americano, foi contemporânea de outras como as da China, Egito, Índia e Mesopotâmia, tendo se convertido, já naquela época, numa cidade-estado, rodeada por outras civilizações reunidas, no que se denomina "sociedades aldeãs".

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Chamada de “berço da civilização do mundo ocidental”, a antiga cidade de Caral, no Peru, é conhecida por suas pirâmides, que representam uma das maiores descobertas do mundo.

Embora estejam mais desgastadas pelo tempo e serem menos impressionantes do que outras pirâmides do mundo, elas não são menos significativas historicamente e sua descoberta oferece novas deduções sobre a história das Américas.

 

Caral está localizada cerca de 200 quilômetros ao norte de Lima, na região de Barranca, no Peru, perto da costa central e suas pirâmides são construídas no fértil terraço do Supe Puerto, cercadas pelo deserto.

A antiguidade da Cidade Sagrada de Caral confirmou-se através de datações por carbono C14, realizadas nos Estados Unidos. Segundo esta, a cidade de Caral foi datada entre os anos 2627 e 2100 a.C., enquanto, no resto da América, o desenvolvimento urbano começou somente 1500 anos depois.

A sua descoberta muda as teorias que até agora existiam sobre o aparecimento das antigas civilizações do Peru. Até pouco tempo atrás considerava-se Chavín de Huántar o mais velho foco cultural do país, datado de 1500 anos a.C..

As Pirâmides

As pirâmides de Caral foram construídas há aproximadamente 5000 anos, sendo anteriores às pirâmides incas em cerca de 4000 anos.

Construídas em pedra, seu design mostra um entendimento arquitetônico complexo e avançado. Como outras pirâmides da história, acredita-se que as pirâmides de Caral tenham significado religioso e eram usadas em reuniões e celebrações da cidade.

As construções monumentais mais destacadas são:

  • A Pirâmide Maior
  • A Pirâmide Menor
  • A Pirâmide da Galeria
  • A Pirâmide de Huanca
  • O Templo do Anfiteatro
  • A Pirâmide da Cantera
  • O Templo do Altar Circular

Ao pé da Pirâmide Maior e do Templo do Anfiteatro construíram-se grandes praças circulares, espaços de reunião para os habitantes da cidade, onde provavelmente se realizavam atividades acompanhadas pela música de flautas transversais e cornetins.

As 32 estruturas piramidais encontradas, uma delas com 18 metros de altura, coincidem com a data em que a civilização egípcia estava construindo as suas.

Os habitantes de Caral compunham uma sociedade agrícola, que produzia safras de feijão, abóbora e algodão. Eles tinham um sistema de irrigação complexo e eficiente, que lhes permitia cultivar grandes quantidades e realizar comércio com os povos vizinhos.

Os habitantes de Caral não tinham uma linguagem escrita, mas comunicavam-se por meio de mensagens com um sistema de cordas entrelaçadas, como os Incas faziam.

Caral foi abandonada por volta de 2100 a.C. por razões desconhecidas, mas acredita-se que ela tenha sofrido com secas, fome e doenças e seus habitantes teriam abandonado a cidade se dispersando pelo Peru e misturando-se com outras culturas existentes.

Descoberta

Caral foi descoberta em 1905, mas como não foram encontrados tesouros valiosos ou cerâmicas, a ideia de explorar a cidade foi abandonada até 1941, quando uma equipe de arqueólogos realizou uma exploração em grande escala.

No entanto, o estado deteriorado das pirâmides levou a equipe a acreditar que elas eram simplesmente montes naturais de areia e também abandonaram sua empreitada.

A área não voltou a ser explorada até 1997, quando sua notável idade foi verificada e seu consequente significado histórico foi determinado.