Tudo começou na noite de 25 de fevereiro de 1942, menos de três meses após os Estados Unidos se juntarem aos Aliados na Segunda Guerra Mundial, por causa do ataque a Pearl Harbor feito pela Marinha Imperial Japonesa.
Por volta das 2:30h da madrugada, os radares detectaram diversos objetos a 200 quilômetros da costa oeste de Los Angeles, no Oceano Pacífico, dirigindo-se para o continente.
Sirenes de ataque aéreo começaram a soar e um blecaute massivo deixou a cidade de Los Angeles mergulhada na escuridão total.
As tropas começaram a varrer os céus com holofotes na eminencia de um ataque aéreo das forças japonesas, já que apenas dois dias antes, em 23 de fevereiro de 1942, um submarino japonês emergiu na costa de Santa Bárbara, na Califórnia, bombardeando um campo de petróleo e uma refinaria.
Pouco depois das 3 horas da madrugada, os objetos não identificados começaram a ser vistos sobrevoando Los Angeles e as tropas da 37ª Brigada de Artilharia Costeira começaram a disparar com metralhadoras calibre .50 e armas antiaéreas, sem nenhum efeito sobre as misteriosas aeronaves.
“Eu mal conseguia ver os aviões, mas eles estavam lá em cima, sim. Eu cheguei a ver seis aviões, e os projéteis estavam explodindo ao redor deles”, escreveu um oficial da artilharia chamado Charles Patrick em uma carta.
A batalha continuou por mais de uma hora, e no momento em que a ordem de “cessar fogo” foi dada, as baterias de artilharia de Los Angeles haviam disparado mais de 1.400 cartuchos de munição antiaérea para o céu.
O blecaute geral só acabou após as 7 horas da manhã, e foi apenas à luz do dia que as unidades militares americanas fizeram uma descoberta intrigante: não houve ataque inimigo.
“Embora os relatórios sejam conflitantes e todos os esforços estejam sendo feitos para apurar os fatos, está claro que nenhuma bomba foi lançada e nenhum avião foi abatido”, diz um comunicado do Comando de Defesa Ocidental do Exército.
O confronto foi coberto por vários jornais e meios de comunicação da época, e ironicamente, os únicos danos causados vieram dos mais de 1.400 disparos feitos pela própria artilharia americana, que deixou muitas janelas quebradas e destruiu veículos, casas, edifícios e até um campo de golfe.
“Poderosos holofotes de incontáveis estações apontavam para o céu, enquanto baterias antiaéreas pontilhavam o céu com lindas, embora sinistras, rajadas de estilhaços laranja”, noticiou o Los Angeles Times.
O Secretário da Marinha, Frank Knox, considerou o evento como um alarme falso causado pelos “nervos”, mas a Força Aérea local, no entanto, afirmou que realmente haviam objetos aéreos anômalos no céu naquela noite e o Secretário de Guerra, Henry Stimson, afirmou que pelo menos 15 aeronaves haviam sobrevoado a cidade e até propôs a teoria de que “os aviões fantasmas poderiam ser aeronaves comerciais operadas por agentes inimigos”.
De acordo com o New York Times, algumas testemunhas tinham avistado “um grande objeto flutuante parecido com um balão”, enquanto outros haviam avistado desde um avião até várias dezenas deles.
Naquela época ninguém falava em OVNIs e o famoso Incidente Roswell só aconteceria 5 anos depois, em 1947.
“Quanto mais se examina todo o incidente da madrugada de 25 de fevereiro no distrito de Los Angeles, mais incrível ele se torna”, dizia o artigo do New York Times.
Anos mais tarde, os militares japoneses afirmaram que nunca haviam sobrevoado a cidade de Los Angeles durante a Segunda Guerra Mundial, o que resultou em uma série de teorias envolvendo conspirações do governo e visitas de discos voadores e extraterrestres.
Seja como for, a Batalha de Los Angeles é uma das evidências mais claras que temos sobre o fenômeno OVNI.