Em 1929, o fazendeiro local Yan Daocheng encontrou um poço de jade enquanto vasculhava o local, mas, naquela época, ninguém pensava que este seria o início de um grande enigma para os arqueólogos e pesquisadores de todo o mundo.
Devido às instabilidades sociais da época, os arqueólogos não puderam realizar muitas escavações e depois de separar alguns poucos objetos, as buscas estagnaram. Apenas no início da década de 1950, os arqueólogos retomaram seu trabalho em desvendar esta preciosa relíquia histórica chamada de “Civilização Sanxingdui”, a mais antiga conhecida na história da China.
A cultura Sanxingdui se desenvolveu e atingiu o seu apogeu há mais de 3.200 anos. No entanto, ela não deixou registros históricos e desapareceu repentinamente, tão misteriosamente quanto apareceu, e os especialistas não sabem ao certo se ela pertenceu ou não à civilização chinesa.
Muitas teorias abrangem a queda da civilização Sanxingdui, que deixou para trás fascinantes obras de arte, diferentes de qualquer coisa já encontrada em qualquer outro período da história chinesa.
Os arqueólogos ainda se perguntam qual era o propósito dos objetos encontrados e como uma cultura tão antiga poderia ser tão avançada. Alguns especulam que extraterrestres poderiam estar por trás das misteriosas relíquias depois que os moradores da região alegaram avistar OVNIs constantemente na área há mais de 20 anos.
A Civilização Sanxingdui
Sanxingdui significa “Montes das Três Estrelas” e tem esse nome porque está localizada em uma região onde há três grandes montanhas, na província chinesa de Sichuan, e desde 1929, mais de 10.000 relíquias, datando entre 5.000 e 3.000 anos atrás, foram descobertas nas ruínas da cidade.
As escavações renderam algumas das descobertas arqueológicas chinesas mais significativas do século 20, que comprovam que Sanxingdui foi um grande centro político, econômico e cultural da antiguidade. Uma verdadeira metrópole de seu tempo, que ostentava sistemas agrícolas e de mineração altamente desenvolvidos e produzia cerâmicas, ferramentas e peças de bronze de forma requintada, alcançando o mais alto nível de tecnologia de fundição da época.
Após um estudo aprofundado da cultura Sanxingdui, os especialistas descobriram que esta civilização é muito diferente da civilização chinesa, mas possuem algumas características semelhantes às antigas civilizações proto-gregas da região do Mar Egeu e um vínculo com a antiga Índia e a civilização Maia mesoamericana.
A civilização Sanxingdui também produziu máscaras e cetros dourados que parecem familiares aos encontrados no Egito Antigo, e a existência deles implicaria que há pelo menos 4.000 anos os antigos habitantes da região talvez já tivessem comunicações culturais com outras civilizações.
No entanto, tudo isso é especulação teórica, pois nenhum texto foi encontrado até agora e também não há menção dessa cultura ancestral nos registros históricos de outras civilizações.
As descobertas de Sanxingdui são empolgantes, mas enigmáticas, pois esse tipo de estilo artístico era completamente desconhecido na história da arte chinesa.
Os Artefatos de Sanxingdui
A primeira impressão que temos ao ver essas estranhas máscaras em exposição nas grandes salas do Museu Sanxingdui, na província de Sichuan, é: “Eles são Alienígenas?”.
Essas impressionantes máscaras feitas em jade, bronze e ouro, com características humanoides angulares, incluindo olhos em forma de triângulos exagerados, narizes protuberantes e enormes orelhas pontudas, não refletem a aparência dos asiáticos e acredita-se que elas podem retratar antigos deuses adorados pela cultura Sanxingdui.
Entre as incríveis descobertas feitas em Sanxingdui, destaca-se a enorme “Árvore Celestial” de bronze, que é sem dúvida uma das mais colossais e enigmáticas. Apesar dos impressionantes 3,96 metros de altura, os especialistas acreditam que a árvore original poderia ser ainda mais alta, pois a copa está faltando.
Composta por um pedestal, um tronco e parte de um dragão, a árvore de bronze é a mais antiga, a mais alta e a maior de seu tipo já encontrada em todo o mundo. Seu tronco possui três níveis, de onde surgem três ramos, cada um com três frutas. Nove dessas frutas apontam para cima, cada uma com um pássaro em pé. Os especialistas acreditam que ela reflete a adoração do antigo povo à uma divindade solar.
Entre as estátuas de bronze, uma em particular impressiona com seus 2,62 metros de altura, maravilhosamente vestida e decorada, esta figura alta e alongada está descalça no topo de um pedestal em forma de cabeça de elefante. Pesando 180 kg, é a maior e a mais antiga de seu tipo que foi encontrada até agora.
Sua identidade é desconhecida, mas especula-se duas versões. Alguns especialistas acreditam que ele era um mago ou xamã, enquanto outros pensam tratar-se do lendário Cancong, o primeiro Rei de Shu, que era o nome de Sichuan nos tempos antigos, mas existem apenas algumas poucas referências sobre o Reino de Shu nos primeiros registros históricos da China até o século 4 a.C.
De acordo com o Dr. Chen Fang Mei, um especialista em bronzes das antigas dinastias chinesas, para se produzir uma estátua de 180 kg, é necessário derreter cerca de 10 toneladas de mineral. O que leva a conclusão de que a antiga civilização Sanxingdui conhecia muito bem as técnicas de controle de temperatura, ventilação e fusão, caso contrário teria sido impossível atingir tal nível e padrão de qualidade.
Até agora, menos da metade dos 12 quilômetros quadrados das ruínas de Sanxingdui foram escavados, e Chen Xiandan, curador do Museu Provincial de Sichuan, diz: “É bastante provável que novas descobertas arqueológicas ainda mais empolgantes sejam feitas nos próximos anos”.
