Kenneth Arnold: O Piloto que Avistou um OVNI em 1947

Embora conheçam-se pinturas rupestres e historias de períodos passados que demonstram que fomos e estamos sendo visitados por seres de outros planetas, a Era OVNI Moderna iniciou-se com o avistamento de nove “Discos Voadores” feito pelo piloto Kenneth Arnold em 24 de junho de 1947.

Ilustração feita por Kenneth Arnold de um dos nove objetos que avistou.
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Kenneth A. Arnold foi um aviador e empresário americano, mais conhecido por ser considerado como autor do primeiro relato amplamente divulgado de um avistamento de objeto voador não identificado nos Estados Unidos, após alegar ter avistado nove objetos aéreos incomuns voando em formação próximo ao Monte Rainier, em Washington, em 24 de junho de 1947.

Arnold era um piloto hábil e experiente com mais de 9.000 horas de voo, quase metade delas em missões de busca e salvamento do agrupamento Mercy Flyer.

A história se passa quando o piloto estava ajudando na busca de um avião que havia desaparecido, foi quando ocorreu o avistamento, de início fascinado por aquilo, jurou verdade do fato independentemente de acreditarem ou não.

 

O relato foi feito para o Chicago Daily Tribune: “A primeira coisa que notei foi uma série de flashes nos meus olhos como se um espelho refletisse a luz solar pra mim… ”.

Em um texto autobiográfico, escreveu:

“Observei estes objetos com grande interesse, por nunca antes ter visto aviões voarem tão perto dos cumes de uma montanha, voando diretamente de Sul para Sudeste pela ondulação da linha de cume de uma cadeia de montanhas. Calculei que a sua altitude poderia ter variado 1.000 pés para cima ou para baixo, mas estavam quase na minha linha de horizonte, o que indicava que a sua altitude era aproximadamente a minha.

Voavam, como eu muitas vezes observei gansos a voar, numa espécie de correnteza em linha diagonal, como se estivessem ligados uns aos outros. Pareciam manter um rumo definitivo mas davam guinadas por entre os altos cumes da montanha. A sua velocidade na altura não me impressionou particularmente, porque sabia que o nosso Exército e a nossa Força Aérea tinham aviões de grandes velocidades.

O que continuava a me incomodar, ao mesmo tempo que os observava contra o Sol, era o fato de não conseguir distinguir a cauda de nenhum deles, tenho a certeza que a qualquer piloto justificaria mais uma segunda olhada em tal avião.

Observei-os muito bem, e calculo que a minha distância deles, que era quase em ângulo reto, fosse entre 20 e 25 milhas. Sabia que deviam ser muito grandes para poder distinguir as suas formas a esta distância, mesmo num dia tão límpido como naquela terça-feira. (…)

Quanto mais observava estes objetos, mais preocupado ficava, visto estar acostumado e familiarizado com a maior parte dos objetos que voam perto do solo ou a altitudes mais elevadas. Observei a correnteza destes objetos a passar outro cume, alto e coberto de neve, entre o Monte Rainier e o Monte Adams, e ao mesmo tempo que o primeiro passava pelo cume do lado sul desta serra o último objeto passava pelo cume do lado norte da serra.

Como estava a voar em direção a esta mesma serra, medi-a e descobri que tinha aproximadamente 5 milhas de comprimento, por isso podia supor com segurança que a correnteza destes objetos, com forma de pires tinha pelo menos 5 milhas de comprimento. Podia determinar com bastante exatidão o seu percurso, devido ao fato de estarem ladeados por cumes altos pela frente e cumes ainda mais altos por trás.

Ao mesmo tempo que a última unidade desta formação passou o cume alto e coberto de neve mais ao Sul do Monte Adams, olhei para o ponteiro dos minutos o qual indicava que eles tinham atravessado essa distância em 1min42s. Mesmo nessa altura esta cronometragem não me preocupou, pois estava confiante que depois de pousar encontraria alguma explicação para o que tinha visto.

Vários jornalistas e peritos sugeriram que eu talvez eu tivesse visto reflexos ou mesmo miragens. Isto eu sei que é absolutamente falso, pois observei estes objetos, não só através do vidro do meu avião, como virei o meu avião de lado, onde podia abrir o vidro e observá-los sem qualquer obstrução e sem óculos escuros.

Daria tudo para, nesse dia, estar com uma máquina fotográfica, e, de hoje em diante, nunca andarei sem uma dela, mas, para continuar com a minha história, quando pousei no Aeroporto de Yakima, em Washington, descrevi o que tinha visto ao meu bom amigo, Al Baxter, que me ouviu pacientemente, foi muito cortês, mas de uma maneira brincalhona não me acreditou.

Não medi exatamente a distância entre as duas montanhas até pousar em Pendleton, no Oregon, neste mesmo dia, onde contei a numerosos amigos meus, que são pilotos, o que tinha observado e eles não fizeram pouco de mim, nem riram, mas sugeriram que podiam ter sido mísseis guiados ou alguma coisa nova.”

Conforme os objetos passaram pelo Monte Rainier, Arnold virou seu avião em direção ao sul, em um curso mais ou menos paralelo. Curioso sobre a velocidade dos objetos, começou a cronometrar sua passagem. Segundo ele, os objetos se moveram do Monte Rainier até o Monte Adams, onde desapareceram de vista, a uma distância de aproximadamente 50 milhas (80 km) em aproximadamente 1min42s, conforme o relógio no painel de instrumentos.

Quando, mais tarde, teve tempo para calcular, a velocidade ultrapassou 1.700 milhas por hora (2.700 km/h). Isso era três vezes mais rápido que qualquer aeronave tripulada em 1947. Sem saber exatamente a distância em que os objetos desapareceram de vista, Arnold, conservadora e arbitrariamente, arredondou a velocidade para 1.200 milhas por hora (1.900 km/h), ainda assim, mais rápido que qualquer aeronave conhecida, quando a barreira do som ainda não havia sido quebrada. Foi essa velocidade supersônica, além da descrição incomum do prato ou disco, que pareceu capturar a atenção das pessoas.

Os militares dos EUA tentaram ignorar os relatos de avistamento de Arnold, mas como a história cresceu, foi feita uma reunião no Pentágono, em 7 de julho de 1947, apenas alguns dias após o acidente de Roswell, tendo como decisão acompanhar os relatos de discos voadores. Mais tarde, Arnold recebeu um pedido da Continental Air Command para uma entrevista, onde os resultados foram incluídos no Projeto Blue Book.

O termo “Disco Voador” foi proposto pelo repórter Bill Bequette ao divulgar o fato, embora o piloto descrevesse a maneira como o objeto voava semelhante a um disco jogado através da água, e não necessariamente a sua forma, como interpretou o repórter durante a entrevista.

Após ter avistado o OVNI, Arnold se tornou uma pequena celebridade e por aproximadamente uma década e depois disso, esteve relativamente envolvido em entrevistas com outras pessoas que viram ou entraram em contato com OVNIs (principalmente na investigação das alegações de Samuel Eaton Thompson, uma das primeiras pessoas a ter esses contatos).

Em 1952, em coautoria com Ray Palmer, Arnold publicou um livro intitulado “The Coming of the Saucers” (“A Chegada dos Discos”) e ao longo dos anos, escreveu diversos artigos para revistas sobre seu avistamento do OVNI, além de suas pesquisas posteriores.