Como Seria a Vida na Terra Após um Contato Extraterrestre?

Seth Shostak, do Instituto SETI de busca por vida inteligente no espaço, tem uma perspectiva diferente da ficção sobre a reação da humanidade em caso de descoberta de vida alienígena.

A maior parte das estrelas são orbitadas por planetas e talvez, em alguns deles, haja condições propícias à vida
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Especula-se há décadas no mundo ficcional como seria a reação da humanidade caso recebesse contato extraterrestre. No geral, ela implica em momentos catárticos de pavor e surpresa.

A ciência está cada vez mais convicta de que existe, de fato, vida alienígena em algum ponto do universo.

Tem-se por fato consumado que a maior parte das estrelas são orbitadas por planetas e talvez, em alguns deles, haja água ou atmosfera.

 

Ou seja, condições propícias à vida. Mas como essa descoberta afetaria a vida das pessoas particularmente?

“O que você vai fazer caso se descubra vida extraterrestre? Você não vai para o trabalho no dia seguinte? Não vai para a escola?”, pergunta o astrônomo Seth Shostak, diretor do Projeto SETI que busca sinais de rádio de origem extraterrestre.

A vida tende a parar na maior parte dos filmes que retratam o encontro com civilizações alienígenas, e em outros casos em que a aparição externa é o presságio de um cenário apocalíptico, como em “Guerra dos Mundos”, por exemplo.

O jornalista Ben Child avalia que boa parte das produções cinematográficas evita elucidar detalhes da vida alienígena, com cenas nebulosas, cheias de fumaças e espelhos como em “2001: Uma Odisseia no Espaço”.

“Nós não sabemos como a vida alienígena se pareceria, se entrasse em contato conosco, então filmes apenas esperam brincar com o prospecto de que não estamos sozinhos no cosmo. Um vislumbre de realidade é tudo o que vamos ver, e os diretores de sci-fi mais inteligentes sabem que isso é mais que o suficiente para nos satisfazer”, diz o jornalista Ben Child.

Os melhores exemplos de filmes do gênero, segundo Child, são “Prometeus” e “Sinais’, que pouco dizem sobre de onde os extraterrestres vieram ou quais foram suas motivações para vir entrar em contato com a humanidade. Há a exceção cômica de “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, em que naves espaciais chegam à Terra com a função de destruí-la para viabilizar a construção de uma via intergaláctica.

Mas Seth Shostak tem uma perspectiva diferente sobre qual seria o impacto deste conhecimento nas pessoas: “Acho que no começo será apenas uma grande notícia de jornal. Depois, todo mundo vai querer saber mais: conte-me mais, de onde são essas pessoas? A humanidade começará a perguntar!”.

Para Shostak, a rotina das pessoas não vai parar com o primeiro contato. Mas outro aspecto, muito mais fundamental, vai.

“Você vai saber de algo muito importante. Você vai saber que, o que aconteceu aqui na Terra, aconteceu também em muitos outros planetas”, diz Shostak.

Em vez de gerar o caos previsto pelos filmes hollywoodianos, a descoberta provocaria a mais importante mudança de perspectiva da humanidade.