Os Crânios de Cristal

Os Crânios de Cristal com supostos poderes místicos começaram a aparecer na América Central no final do século 19 e suas origens permanecem desconhecidas, alguns as consideram artefatos astecas, maias e até mesmo alienígenas. Os céticos, porém, as consideram meras fraudes.

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Existem pelo menos 13 “Crânios de Cristal” que foram encontrados e se espalharam pelo mundo entre museus e coleções particulares. Alguns dos crânios são de tamanho natural, enquanto outros são miniaturas, mas todos provocaram grande entusiasmo na comunidade arqueológica.

Alguns sugeriram que os artefatos vieram de culturas que teriam sobrevivido ao colapso da cidade perdida de Atlântida e migrado para a América Central, outros são da opinião de que eles foram deixados para trás por alienígenas que visitaram a Terra muito antes da história registrada e contém informações vitais que um dia serão reveladas à espécie humana, enquanto os arqueólogos tradicionais preferem dizer que os crânios foram feitos por artistas da Era Vitoriana.

Embora os Crânios de Cristal variem em tamanho, todos são esculpidos de uma peça única de quartzo, um tipo de mineral conhecido por suas propriedades piezoelétricas, que quando submetidos a pressão geram cargas elétricas, e mais recentemente foi descoberto que este tipo de cristal pode armazenar quantidades massivas de dados e informações por bilhões de anos sem perda de qualidade.

 

Uma pequena peça de quartzo do tamanho de uma moeda é capaz de armazenar 360 Terabytes de dados, e o cristal é tão resistente que levaria até 13,8 bilhões de anos para se decompor em temperaturas de 190 graus centígrados. Inclusive, alguns documentos históricos já foram armazenados utilizando esta técnica, entre eles livros como a Magna Carta, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e uma versão da Bíblia Sagrada.

“É emocionante pensar que criamos um documento que provavelmente vai sobreviver à espécie humana. Essa tecnologia pode garantir a última evidência da civilização: tudo que aprendemos não será esquecido”, diz Peter Kazansky, professor e supervisor do grupo de pesquisa de armazenamento em quartzo da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

De todos os Crânios de Cristal encontrados, o “Crânio da Perdição” descoberto pelo explorador britânico Mitchell-Hedges continua sendo o mais misterioso e intrigante de todos.

O Aventureiro Britânico

Frederick Mitchell-Hedges e sua filha Anna nas ruínas maias.

Lutando contra o calor da densa selva, os insetos e a umidade, o aventureiro britânico Frederick Mitchell-Hedges atravessou a península do Yucatan em 1924, junto com sua filha Anna e o resto de sua expedição, em direção a uma antiga cidade Maia.

De repente, a equipe avistou uma antiga pirâmide Maia. Os aventureiros lentamente abriram caminho pela selva e, enquanto examinava as ruínas da Cidade Maia de Lubaantun, a filha de Mitchell-Hedges, Anna, encontrou um crânio de cristal brilhante, refletindo a dispersão da luz.

O crânio parecia tão fora do lugar, tão avançado em seu desenho e habilmente esculpido, que se destacava em meio às ruínas de pedras antigas.

Formado a partir de uma única peça sólida de quartzo transparente, o aventureiro e sua filha perceberam imediatamente que haviam esbarrado em um dos objetos mais misteriosos da história da arqueologia.

Mitchell-Hedges escreveu sobre o Crânio de Cristal em seu livro de memórias de 1954, intitulado “Danger My Ally”, no qual ele se refere ao artefato como o “Crânio da Perdição”, afirmando que “várias pessoas que riram cinicamente dele tiveram misteriosos acidentes ou ficaram gravemente doentes” e que o crânio datava “de pelo menos 3.600 anos atrás, e levou cerca de 150 anos para ser confeccionado, esfregando com areia um bloco de cristal de rocha puro”.

Anna e o “Crânio da Perdição”.

Após a morte de Frederick Mitchell-Hedges em 1959, sua filha Anna levou o crânio para estudos posteriores e contratou os serviços do restaurador de arte Frank Dorland, que disse ter ouvido música e sons de sinos emanando do crânio. Anna também alegava que o crânio possuía poderes curativos.

A Autenticidade do Artefato

Antes do crânio de Mitchell-Hedges, havia um artefato semelhante que foi exibido no Museu Britânico. Este crânio em particular apareceu pela primeira vez em 1881 em um antiquário de Paris, que foi levado para a América e leiloado em 1886, e posteriormente vendido ao Museu Britânico em 1898.

O museu o colocou em exibição e o rotulou como tendo vindo do México pré-colombiano, tendo uma semelhança impressionante com o “Crânio da Perdição”, mas com menos detalhes.

Em 1992, um pacote misterioso chegou ao Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian. Dentro dele havia um cristal branco leitoso em forma de crânio humano. Uma nota anônima anexada dizia: “Este é um crânio de cristal asteca, supostamente parte da coleção de Porfirio Díaz, foi comprado no México em 1960. Estou oferecendo ao Smithsonian como doação”.

Todos estes objetos, incluindo o crânio de Mitchell-Hedges, foram repassados para Jane MacLaren Walsh, antropóloga e especialista em arte pré-colombiana.

Walsh e sua equipe, utilizando microscópios eletrônicos, conseguiram mostrar que as marcas dos entalhes eram feitas por ferramentas não disponíveis para os astecas ou maias. Entretanto, mesmo sendo incapazes de determinar uma data para a fabricação dos objetos, afirmaram que as marcas gravadas provavelmente foram feitas por uma roda giratória de joalheiro. Outros testes revelaram que o quartzo teria vindo do Brasil ou de Madagascar e não da América Central, aumentando ainda mais o mistério em torno dos intrigantes artefatos.

Segundo a National Geographic: “muitos acreditam que esses crânios foram esculpidos há milhares ou até dezenas de milhares de anos por uma antiga civilização mesoamericana. Outros pensam que podem ser relíquias da lendária ilha de Atlântida ou prova de que extraterrestres visitaram os astecas algum tempo antes da conquista espanhola. E uma vez que não há atualmente nenhuma maneira de determinar com precisão a idade de tais objetos inorgânicos, o mistério provavelmente continuará”.

Outros Crânios de Cristal

Um outro Crânio de Cristal foi encontrado por uma família da Guatemala em 1909, que permaneceu em sua posse até 1991, quando o artefato foi vendido para uma holandesa chamada Joky van Dieten, que se descreve como uma “aventureira espiritual”. O crânio foi apelidado de “ET”, em homenagem ao extraterrestre do filme de Steven Spielberg, e segundo ela, este crânio não tem origem terrestre e teria vindo do aglomerado de estrelas das Plêiades, a 444 anos-luz de distância da Terra. Joky van Dieten transporta “ET” ao redor do mundo para demonstrar sua capacidade de curar doenças.

“SHA NA RA” é um outro Crânio de Cristal de Quartzo descoberto no México, em 1995. Sua atual guardiã é Michele Nocerino, de Portland, nos Estados Unidos. Ela afirma que o crânio possui incríveis poderes ocultos que podem abrir campos de ressonância em mundos de sonho, comunicar conhecimento, estabelecer caminhos para o inconsciente, abrir portais para outras dimensões e tem a capacidade de estimular a cura.