O continente europeu é conhecido por sua história incrível, templos medievais, castelos e fortalezas impressionantes, e entre os anos de 700 a.C. e 300 a.C., um grande número dessas fortalezas foram construídas na Escócia, muitas delas no topo de colinas, com paredes feitas de pedras empilhadas sem o uso de argamassa.
A princípio, isso pode não parecer nada fora do comum, existem muitas dessas estruturas em todo o mundo, e não apenas na Europa, no entanto, toda a história muda completamente, passando de comum a extraordinária após um exame mais detalhado, que revela que muitas das pedras que compõem as paredes dessas antigas fortalezas estão fundidas.
Algumas das áreas destes fortes foram convertidas em uma espécie de vidro, apresentando os restos do que foram sem dúvida bolhas de ar e gotas de rocha fundidas que são evidências de que as pedras já foram submetidas a temperaturas que levaram a um processo de vitrificação.
Em 1777, o geólogo britânico John Williams, autor de “História Natural do Reino Mineral”, foi um dos primeiros a descrever essas estruturas e seus mistérios após examinar algumas estranhas ruínas, das quais mais de uma centena de exemplos foram encontrados por toda a Europa, mas principalmente na Escócia.
Como as primeiras estruturas vitrificadas foram descobertas na Escócia, pensava-se que eram exclusivas desta região, no entanto, exemplos de estruturas semelhantes foram encontrados na Alemanha, Polônia, Hungria, Turquia, Irã, Portugal, França Suécia, entre outros.
Durante os últimos três séculos, os arqueólogos tentaram responder às questões que cercam dessas misteriosas fortalezas, mas nem um único estudioso foi capaz de explicar até hoje como isso foi possível.
O que é ainda mais estranho é que a vitrificação não é total em todos os fortes, nem é homogênea nas paredes dos mesmos locais.
Os especialistas descobriram que em alguns casos as pedras aparecem parcialmente calcinadas e fundidas, enquanto em outros são cobertas por uma camada de esmalte vítreo e, às vezes, embora raramente, todo o comprimento da parede apresenta uma massa sólida de uma substância vítrea.
Alguns estudiosos afirmam que as temperaturas as quais essas fortalezas tiveram que ser submetidos para ocorrer o processo de vitrificação são comparáveis à detonação de uma bomba atômica.
Outros pesquisadores acreditam que foi um processo intencional, para fortalecer as defesas dos fortes, mas na realidade, isso os teria enfraquecido, por isso é improvável que essa fosse sua intenção, enquanto outras teorias apontam para a possibilidade de que a vitrificação pode ter sido o produto da destruição deliberada pelos atacantes após a captura dos fortes.
Sabe-se que a vitrificação dificilmente teria sido resultado de danos de guerra, em decorrência de um cerco, pois para atingir a vitrificação, o fogo deveria ter permanecido aceso por dias a uma temperatura de pelo menos 1200 graus centígrados, algo que não é impossível, mas é extremamente improvável devido ao grande número de construções espalhadas por toda a Europa que apresentam as mesmas características.
Estudos recentes sugerem que a vitrificação poderia ter sido criada por eventos de plasma massivos, como poderosas erupções solares, que ocorrem quando o gás ionizado na atmosfera terrestre assume a forma de explosões elétricas gigantescas, que podem derreter e vitrificar as rochas.
Na década de 1930, os arqueólogos, Vere Gordon Childe e Wallace Thorneycroft realizaram um experimento com um incêndio gigantesco direcionado a uma parede de pedra, e um experimento similar foi repetido em 1980 pelo arqueólogo Ian Ralston.
Em ambos os casos, os experimentos produziram uma vitrificação parcial de algumas das pedras, mas não conseguiram explicar como ela poderia ter sido produzida em uma escala tão grande como acontece nos fortes vitrificados.
A datação dessas fortalezas em toda a Europa cobre uma ampla gama de datas. As mais antigas foram construídas durante a Idade do Ferro, por volta de 500 a.C., mas também existem muitas construções com características semelhantes que datam da época romana, enquanto as mais recentes correspondem à Idade Média.
Na ausência de uma teoria definitiva ou evidência conclusiva, os fortes vitrificados da Europa continuam a ser uma das anomalias geológicas e arqueológicas mais estranhas e impressionantes do mundo.