Cientistas investigam se uma estranha emissão de ondas, que pode ter origem em um planeta de fora do Sistema Solar, é um indício de vida extraterrestre.
Os astrônomos acreditam que Proxima Centauri B, um planeta a 4 anos-luz da Terra, tenha uma superfície rochosa e fontes de água líquida e algumas medições também indicam que o exoplaneta poderia ter uma atmosfera similiar a da Terra.
As ondas foram detectadas em 2019 pelo radiotelescópio do Observatório Parkes, na Austrália, e a estranha emissão de ondas chamou a atenção dos cientistas. Desde então, diferentes grupos de cientistas tentam entender a descoberta.
Entre as hipóteses está a de que a origem da emissão das ondas esteja ligada a alguma forma de vida inteligente fora da Terra.
“Foi um sinal que apareceu uma vez e não voltou a se repetir. Tinha uma frequência diferente da que emitem os dispositivos terrestres como satélites e espaçonaves. Como no espaço não há som, a única forma que temos para nos comunicarmos, assim dizendo, são ondas de rádio. Nós podemos emiti-las ao espaço exterior. Talvez em outro planeta ou sistema estelar exista uma forma de vida que tente se comunicar dessa forma”, explica a pesquisadora Mar Gómez, doutora em Ciências Físicas pela Universidade Complutense de Madrid.
A Dra. Gómez indica que até agora não há muitas informações na comunidade científica sobre os resultados das pesquisas, mas o observatório trabalha em colaboração com outros projetos de busca por inteligência extraterrestre como o SETI, o Breakthrough Listen e a NASA.
O projeto Breakthrough Listen, um fundo de US$ 100 milhões que contou com o apoio do astrofísico Stephen Hawking na época de seu lançamento em 2015, se dedica à observação e à análise da busca de sinais de vida no Universo, também está investigando e deverá publicar um relatório sobre os sinais de rádio detectados na Austrália nos próximos meses.
A Busca por Vida Extraterrestre
Há cada vez mais cientistas que defendem uma busca mais séria por vida extraterrestre.
O diretor do Observatório Nacional de Radioastronomia dos EUA, Anthony Beasley, afirmou que deveria haver mais apoio do governo americano para esse campo de pesquisas, rejeitado por décadas pelos financiadores dos projetos governamentais.
A NASA também tem seus projetos de busca por vida extraterrestre e, em julho 2020, a agência lançou a missão Perseverance para procurar por vestígios de vida em Marte. Esta é a primeira missão da NASA que procura diretamente por sinais biológicos de vida desde a missão Viking, na década de 1970.
Mar Gómez explica que todos esses projetos são relevantes pois mesmo que se encontre somente vida microbiana em outros planetas, esta pode ser uma das notícias científicas mais importantes da história.
“Essa é nossa maior inquietação. O fato de poder existir qualquer forma de vida e a encontrarmos vai nos permitir conhecer nossas próprias origens e como a vida pode se desenvolver. Basicamente é a pergunta final de nossa existência”, conclui a Dra. Gómez.